Dados da Oficina Regional para Segurança Viária, promovida pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) e realizada nesta terça-feira (22), em Natal, revelaram que a cada uma hora, um motociclista dá entrada no Hospital Walfredo Gurgel, vitimado por acidente de trânsito.
Segundo os dados, somente entre janeiro e junho deste ano, em média foram 4.329 pilotos acidentados com motos na unidade, o que equivale, por exemplo, a mais que o total da população inteira do município de Fernando Pedroza, na região Central potiguar, que possui 2.938 habitantes, segundo o Censo 2022 do IBGE.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), o custo estimado dessas hospitalizações foi de R$ 30 milhões, valor que engloba internação, procedimentos cirúrgicos, reabilitação e, em muitos casos, a colocação de órteses e próteses.
“O Walfredo virou a linha de frente do trauma no estado, e a raiz do problema está fora do hospital. A gente não está promovendo nem prevenindo: só tratando as consequências”, diz Geraldo Neto, gestor da unidade hospitalar.
Em um número de 153 pacientes entrevistados em uma pesquisa interna do hospital, 78,4% eram os condutores da motocicleta, e 57,1% declararam não possuir habilitação para conduzir o veículo. A maioria utilizava a moto para fins pessoais, e 50% afirmaram que estavam indo ou voltando do trabalho no momento do acidente.
Mais de um terço dos feridos (36,4%) não utilizava capacete. E 59% estavam calçando sandálias ou estavam descalços, sem nenhum tipo de proteção adequada nos pés — o que contribuiu para o alto número de fraturas, cortes e amputações nessa região do corpo, segundo os pesquisadores do hospital.
A Grande Natal concentrou a maior parte dos acidentes. Só a capital foi responsável por 23% das ocorrências, seguida por Parnamirim (7,4%), Extremoz (5,4%), Touros (4,7%), Macaíba (4,1%) e São Gonçalo do Amarante (2,7%).
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Fonte: Camila da Silva/G1.
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