Por Caio César Muniz (Jornalista).
Com a presença da governadora Fátima Bezerra, artistas locais e do cantor e compositor paraibano Chico César, Mossoró celebrou no último sábado (11) o primeiro aniversário de instalação do Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB) na cidade.
No final de semana “pipocaram” por parte de blogueiros de direita críticas ao evento, segundo eles, com conotação política por conta da representação de autoridades do Estado e pelo tom crítico e sempre ácido do autor de “Mama África” e “Caicó Arcaico”.
A cessão do Teatro Lauro Monte Filho, equipamento que era mantido pela Fundação José Augusto, para abrigar o Centro Cultural Banco do Nordeste Mossoró (CNBNB) aconteceu em setembro do ano passado. O espaço que estabelece atualmente novas pontes entre vários saberes e abraça a diversidade de conceitos e estilos artísticos. Uma ação política na sua essência, senão não seria possível e que contou com a sensibilidade da governadora Fátima Bezerra e sua equipe. Política.
Em 2021, um seguidor de Chico César já havia lhe pedido para não envolver política em suas canções. “Carinhosamente, te pediria para evitar as [músicas] de cunho político-ideológico. Tu és muito maior que eles todos. Tu não deves nada a eles. Eles que te devem. Tuas mãos são limpas. Não as coloque no fogo por nenhum deles”.
Chico, sempre sincero em seus posicionamentos, declinou da sugestão do fã, e respondeu em suas redes sociais. “Por favor, todas as minhas canções são de cunho político-ideológico! Não me peça um absurdo desse, não me peça para silenciar, não me peça para morrer calado. Não é por ‘eles’. É por mim, meu espírito pede isso. Respeite ou saia. Não veja, não escute. Não tente controlar o vento. Não pense que a fúria da luta contra as opressões pode ser controlada. Eu sou parte dessa fúria. Não sou seu entretenimento. Sou o fio da espada da história feito música no pescoço dos fascistas. E dos neutros. Não conte comigo para niná-lo. Não vim botar você para dormir, aqui estou para acordar os dormentes.”
Curiosamente, o único jornalista mossoroense, hoje mais alinhado à direita do que à esquerda, lhe indagou sobre a política em suas composições e Chico reafirmou que é um homem político desde as suas origens em “Aos Vivos”, que está celebrando 30 anos (veja entrevista completa abaixo).
Muitas incitações vazias ao uso de drogas (sem provas) e à diversidade no show (com provas, graças a Deus) preencheram o “noticiário” direitista. Sinceramente não sei o que este povo ouve, ler, curte, mas é certo que a política está em tudo, inclusive na anti-política.
Tivemos um governo que quis direcionar o dinheiro da cultura para fomentar a indústria armamentista e “eles” achavam correto.
Nenhuma linha foi publicada, no entanto, que mesmo o teatro Lauro Monte ainda sem funcionar, uma rica programação cultural tem sido desenvolvida pelo Centro Cultural Banco do Nordeste, não só em Mossoró, mas em outras cidades da região, com investimentos de R$1,6 milhão só com programação e o anúncio de R$ 2,5 milhões de programação e mais R$ 3 milhões para a reforma e restauração do Teatro Lauro Monte Filho em 2026. Dinheiro público e político!
















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